quarta-feira, 20 de julho de 2011

Humanizando o SER




Quando eu casar e tiver filhos serei realmente feliz!
Se eu cursar uma faculdade conseguirei ganhar mais dinheiro!
Quando meus filhos crescerem poderei trabalhar!
Se meu esposo não fosse tão duro comigo, eu teria mais alegria de viver!
...
Afirmações como estas, condicionam o TER ao SER , e estão impregnadas em nosso dia-a-dia, muitas vezes sendo grandes sabotadoras de vivermos o aqui e o agora, impedindo-nos de realmente SERmos humanos.
Isto provavelmente ocorre, pois, de forma inconsciente, não nos permitimos uma busca mais apurada do conhecimento de nós mesmos.
O que quero dizer com isto é que, pelo fato de vivermos numa sociedade capitalista, onde precisamos “TER” para “SER”, tendemos a entrar na roda viva do estresse diário e quando nos damos conta estamos totalmente consumidos pelo que temos que TER, que nem mesmo conseguimos mais definir quem realmente somos ou queremos SER.
Existe muita literatura que trata deste tema, muita coisa boa, que realmente vale a pena ser lida, como existe muita coisa medíocre. Contudo para que você possa avaliar o que é bom ou não, precisa de um critério de escolha, ou seja, o que VOCÊ acha que é bom, que vai acrescentar algo importante em sua vida ou não; e mais uma vez, neste caso, existe uma tendência incrível de ouvir, primeiro, o que os outros falam, ou sugerem; não que algum amigo ou mestre, não tenha a capacidade de indicar boas leituras, transmitir conhecimento viável; muito pelo contrário, com certeza existem pessoas em quem podemos ou até mesmo devemos confiar, pois nos dão motivos para isto, e com certeza são pessoas competentes o bastante para indicar boas leituras, mas onde quero chegar com esta linha de raciocínio é que você, por si só, é totalmente capaz de saber o que é bom ou não para você; basta para isto, acreditar em você mesmo, na sua capacidade de tomada de decisão,pois é com esta capacidade apurada que será capaz, inclusive, de discernir quem são as pessoas em quem pode confiar ou não. E para isto basta apenas uma coisa: QUE VOCÊ SE CONHEÇA PROFUNDAMENTE. E saiba que é dentro de você que se encontram todos os recursos para que seu funcionamento seja perfeito, em todas as áreas de sua vida!!!
Portanto, antes mesmo de avaliar qual a importância desta leitura que apresento, quero sugerir que responda (para si mesmo) em 3(três) palavras: QUEM É VOCÊ?
Em seguida faça o mesmo exercício mental, porém dizendo 3(três) “coisas” que você tem.
Então! Qual dos exercícios é mais fácil de responder? Provavelmente a grande maioria dos leitores consiga responder de forma mais rápida o segundo exercício, pois o ter é algo concreto, eu tenho um carro e pronto, eu tenho um anel de ouro, eu tenho uma casa. Perceba, o ter é algo objetivo. Já ao afirmar: eu sou...(por exemplo) bem sucedida, bonita, sincera, perceba que existe margem a outras questões que podem estar implícitas na afirmação. Veja; eu sou bem sucedida. Em que área da minha vida eu sou bem sucedida? Eu sou bonita. Sob a ótica de quem eu sou bonita? Eu sou sincera. Quando exatamente sou sincera? Em todos os momentos da minha vida?
E para termos a certeza de que nos conhecemos, é importante sabermos as respostas para as questões que poderão vir depois do “EU SOU...”. Por exemplo: Se alguém te pergunta. Você se acha inteligente? E você responde, sim, eu sou inteligente! A pessoa pode te perguntar na sequência. Como você sabe que é inteligente?
Uma resposta que demonstraria autoconhecimento seria, por exemplo: Sei que sou inteligente, pois sempre fui boa aluna na escola e passei num concurso público que me dá, hoje em dia, um salário condizente para que eu tenha uma vida feliz e financeiramente equilibrada.
Neste exemplo, a pessoa respondeu de maneira confiável e transmitiu na sua resposta a imagem de autoconfiança. Provavelmente, para esta pessoa, ser inteligente, está ligado ao sucesso profissional. Ela demonstrou em sua resposta que, nesta área da vida ela se conhece bem e se planejou para conquistar seu objetivo.
O fato é que a grande maioria das pessoas não sabe responder de imediato perguntas desta ordem, a não ser com sim, não, ou acho que sou...
Quero aqui fazer um paralelo: Para quem conhece muito ou um pouco do idioma Inglês, sabe que o “I”(EU) em inglês, é sempre grafado em letra maiúscula, mesmo estando no meio de uma frase. Isto, provavelmente ocorre por uma questão cultural, onde se valoriza o EU, onde culturalmente aquele povo entende que SER é muito importante.
Estamos vivendo uma era de grande transformação, de grande transição, e há, certamente, cada vez menos espaço para pessoas que não sabem quem são ou o que querem. Stephen Covey, uma autoridade em desempenho humano e autor de vários livros, entre eles, “Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes”, afirmou que, de agora em diante as pessoas se auto gerenciam, cada um é responsável por seus próprios resultados e que num contexto social, todos prestam contas a todos. Jim Colllins, autor de “Feitas para durar”, enfatiza a importância da frase, que se tornou poderosa para quem se interessa pelo comportamento humano e seu desenvolvimento, “FIRST WHO, THEN WHAT – Primeiro quem, depois o quê.”
Portanto, a urgência em priorizar as pessoas num contexto amplo de sobrevivência da humanidade está cada vez mais latente. E isto só será possível à medida que o autoconhecimento e o autogerenciamento forem praticados. A conseqüência desta prática será indiscutivelmente um convívio social mais equilibrado, independente das circunstâncias.
Avalie e reavalie sua condição de SER humano e saiba que somente VOCÊ tem a possibilidade de conquistar resultados realmente eficazes para que possa TER uma vida feliz.

Regina Pocay
regina.pocay@sunriseconsultoria.com.br

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