A formação gestores ainda não está entre as prioridades das universidades e das organizações
Vicente Nogueira Filho*
Na década de 1970, a Universidade Harvard criou um grupo de pesquisa para estudar o processo de formação natural de gestores. Coordenada pelo professor Robert Katz, os resultados da pesquisa mostraram que um gestor deve desenvolver, durante sua carreira, três tipos de habilidades: a técnica, que trata das coisas; a humana, que trata das pessoas; e a conceitual, que trata das ideias. A habilidade técnica adquirida nas universidades em nível de graduação, mestrado ou doutorado refere-se ao conhecimento dos processos técnicos de áreas específicas de cada profissão. A habilidade humana se refere à capacidade de trabalhar como integrante de um grupo, à cooperação, à comunicação etc. A habilidade conceitual se refere à capacidade de visualizar a organização, permitindo a proposição de ideias e a solução criativa de problemas.
Ao ingressarem nas organizações, as pessoas utilizam a habilidade técnica. Os poucos funcionários que conseguem desenvolver a habilidade humana durante o trabalho são selecionados para cargos gerenciais. Nesse novo cargo, eles utilizam principalmente a habilidade humana, coordenando o trabalho dos seus subordinados e, em contato com a diretoria, passam a enfrentar problemas complexos, os quais a escola não ensinou a resolver. Pelo sistema de erros e acertos, alguns deles aprendem a solucionar esse tipo de problema e desenvolvem a visão do todo, sendo então promovidos a cargos de direção, nos quais a habilidade conceitual ocupa a maior parte do tempo.
Nos países desenvolvidos, a taxa de formação natural de gestores é da ordem de 4%, no prazo de 24 anos, sendo quatro anos na universidade e 20 anos no trabalho. Já nos países em desenvolvimento a taxa de formação natural de gestores é de 0,8%, também no prazo de 24 anos.
Nos países desenvolvidos, até a crise de 2008, praticamente todas as áreas estavam controladas: saúde, educação, transportes, segurança etc., indicando que a taxa de 4% de formação natural de gestores era superior à taxa das mudanças. Os problemas que surgiam eram resolvidos rapidamente, devido à existência de gestores preparados. Nos países em desenvolvimento, ao contrário, os problemas que surgem não são resolvidos e se acumulam, indicando que a taxa de 0,8% de formação natural de gestores é inferior à taxa das mudanças. Com a globalização, a taxa de mudanças vem se acelerando e já superou os 4% da taxa de formação natural de gestores dos países desenvolvidos. As crises mundiais começaram a surgir, mas as providências para a formação estruturada de gestores ainda não entraram nas prioridades das universidades e das organizações. É necessário que sejam tomadas providências para acelerar a formação desses profissionais, pois a formação natural não atende nem mais às necessidades dos países desenvolvidos.
As instituições precisam atualizar seus sistemas de ensino, pois é possível desenvolver as habilidades gerenciais dos alunos durante o período de faculdade, em substituição ao sistema atual, que consome 20 anos de trabalho nas empresas para preparar somente uma pequena percentagem de profissionais.
Ao ingressarem nas organizações, as pessoas utilizam a habilidade técnica. Os poucos funcionários que conseguem desenvolver a habilidade humana durante o trabalho são selecionados para cargos gerenciais. Nesse novo cargo, eles utilizam principalmente a habilidade humana, coordenando o trabalho dos seus subordinados e, em contato com a diretoria, passam a enfrentar problemas complexos, os quais a escola não ensinou a resolver. Pelo sistema de erros e acertos, alguns deles aprendem a solucionar esse tipo de problema e desenvolvem a visão do todo, sendo então promovidos a cargos de direção, nos quais a habilidade conceitual ocupa a maior parte do tempo.
Nos países desenvolvidos, a taxa de formação natural de gestores é da ordem de 4%, no prazo de 24 anos, sendo quatro anos na universidade e 20 anos no trabalho. Já nos países em desenvolvimento a taxa de formação natural de gestores é de 0,8%, também no prazo de 24 anos.
Nos países desenvolvidos, até a crise de 2008, praticamente todas as áreas estavam controladas: saúde, educação, transportes, segurança etc., indicando que a taxa de 4% de formação natural de gestores era superior à taxa das mudanças. Os problemas que surgiam eram resolvidos rapidamente, devido à existência de gestores preparados. Nos países em desenvolvimento, ao contrário, os problemas que surgem não são resolvidos e se acumulam, indicando que a taxa de 0,8% de formação natural de gestores é inferior à taxa das mudanças. Com a globalização, a taxa de mudanças vem se acelerando e já superou os 4% da taxa de formação natural de gestores dos países desenvolvidos. As crises mundiais começaram a surgir, mas as providências para a formação estruturada de gestores ainda não entraram nas prioridades das universidades e das organizações. É necessário que sejam tomadas providências para acelerar a formação desses profissionais, pois a formação natural não atende nem mais às necessidades dos países desenvolvidos.
As instituições precisam atualizar seus sistemas de ensino, pois é possível desenvolver as habilidades gerenciais dos alunos durante o período de faculdade, em substituição ao sistema atual, que consome 20 anos de trabalho nas empresas para preparar somente uma pequena percentagem de profissionais.
Vicente Nogueira Filho é presidente da Faculdade AIEC
Revista Melhor Gestão de Pessoas - Janeiro 2013
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